sexta-feira, outubro 27, 2006

Vagueio...

... despreocupadamente, escondendo o olhar atras de uns óculos de sol. Observo atentamente as pessoas que também passeiam, deixando transparecer no rosto as suas procupações, umas fitando as pedras da calçada em passos apressados, outras simplesmente contemplando a beleza ribeirinha de um Tejo sujo, mas que ainda assim parece não se importar com aquilo que lhe fazem... Um Tejo poluído pela mão do homem, revolto no seu interior, mas calmo quando se olha...
Enquanto caminho, apercebo-me que o faço a sorrir e que tal como eu observo, outras pessoas me observam e retribuem com um sorriso... Sinto-me bem, não porque me olham, mas porque sinto uma certa paz interior há muito não sentida e apercebo-me dela quando me sorriem de volta, sem sequer me verem os olhos, quem sabe pesados contrastanto com a paz que sinto.
Sinto-me leve, pensando no que assombra, nada faz sentido mas sei que tem uma razão de ser, fito por momentos as pedras da calçada... Quantos por alí já não passaram... E a certeza do dia de amanhã ganha novos contornos apesar de desconhecer o desfecho... É quando me apercebo que a vida me faz viver no risco, como sempre o fiz, como sempre o fez e eu tanto amo...
O que hoje doi, amanhã já passou... Se não passar, então que continue a doer até sarar, porque enquanto doer, estarei viva e amarei do mesmo modo cada dia, cada ser e cada amor...

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