quarta-feira, dezembro 27, 2006

Just Another Novel



Sofre coração em desalinho...

No ar sinto a tristeza de dias passados em recordação, na vã esperança de que algo aconteça...

Na triste realidade sei que nada de novo se acrescenta ao que não se sabe, mas alimenta-se o espirito de uma esperança de que algo se mudifique e a verdade se saiba...

Tormentas de mais um capítulo sem fim...

Situações inacreditáveis parecem querer pautar a minha vidinha de pessoa banal...

Faço um pequeno rewind... E sim, não consigo negar que tenho mil e uma histórias para contar, cada uma mais incrível que a outra... com bombeiros, acidentes, polícia, brigas, armas, amores e desamores, desaparecimentos... the perfect plot, to the perfect action movie... my own life...

Vida rica em peripécias... tantas sem fim... Tenho o argumento... Mas termino este capitulo em aberto...

Com toda a certeza haverá um segundo filme, um segundo livro, uma segunda peripécia que partirá desta, que por cansaço me faz abandonar o elenco...

domingo, dezembro 24, 2006

Ho Ho Ho

É vespera de Natal e a azáfama já se respira nas ruas... quer dizer, desde há pelo menos quinze dias que isto acontece, mas acho em sofreguidão... Entre tachos e panelas, prepara-se a doçaria, reina no coração de muitos a alegria...
Blá blá blá! Época de paz e alegria... Claro!!! "Bem vindos ao mundo encantado, onde há mais concorrência, ladrões! Herois encasacados armados em garanhões."
Competição familiar qual quem é quem, mas desta feita "Quem deu a prenda mais cara, quem?!
Balelas, lenga-lengas sem fim sobre o amor pelo proximo... É isto o espirito de natal, conspurcado pelos mass-media apelando ao poder de compra irracional e diminuto de um povo que mal tem para seu sustento... É isto o Natal, a reunião familiar, em que à mesa se discute a posta do bacalhau e as couves mal cozidas...
Fazem quilómetros sem fim, nem que por uma noite seja para abrir presentes, os tais que a media anunciou durante todo o ano, mas com especial incidencia nos ultimos três meses...
Natal... O que é o Natal?!
CONSUMISMO DESENFREADO... Há muito que não é a união familiar, há muito que isso acabou...
É Natal e qual trovador... Continuo sem novas do meu amigo...

domingo, dezembro 17, 2006

Não sei nada...

Não te sei vivo ou morto e a espera de notícias consomem-me em chamas escaldantes de um silêncio pesado com odor a inferno...
Agonizo a cada dia que passa, confrontada com uma verdade que desconheço na rectórica de mil pensamentos e reconstituições de situações que impossibilitem um contacto que seja... Todos me parecem demasiado dramáticos, mas apenas esses justificam a tua falta e a tua não comunicação...
Sinto que algo de muito grave se passou e temo a chegada da verdade, de notícias...

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Preciso de noticias

O telefone não toca... Ou quando toca não é a chamada que aguardo já impacientemente... Não percebo o silêncio, que de certo modo, me começa já a preocupar... Tanta ansiedade depositada neste momento e não apenas da minha parte...
Temo que algo tenha acontecido...
É um momento já há muito esperado, no controle de emoções e de sossego de um coração que insiste em bater incessante...
Hoje encontro-me no desassego... Muita coisa junta se instala...

terça-feira, dezembro 12, 2006

Que Neura!!!!!

Chegas amanhã, o meu coração palpita numa ansiedade tranquila que não me permitiu ainda tecer considerações...
Aguardo numa ansiedade terrificamente calma, apenas sentindo a ansiedade pelos seus sintomas tão caracteristicos, uma energia que não me deixa ficar quieta, falta de apetite, batimento cardiaco constante mas pesado...
Quero que chegues logo para terminar esta ansiedade de vez, mas ao mesmo tempo não quero que venhas, porque não sei... Quero um buraco para me esconder e nem sei porque!
Mas também, porque não me liga de uma vez para confirmares a que horas chegas, por onde andas e o que fazes, já não sei de ti à demasiado tempo e tenho vontade de voltar a ouvir o teu português cantado...

Abismo...

Estou à beira do abismo, e a beleza à minha volta é enorme.....
Salto.........
Por breves segundos vertiginosos saio da minha própria conciência, tudo se passa muito rapidamente......
Caio estatelado no fundo do abismo...e dói muito...
Levanto-me (ainda dorido) e olho de novo à minha volta ao mesmo tempo que penso...valeu a pena, foi uma viagem louca.....

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Complicações

Aproximo-me d eum turbilhão de sentimentos e emoções, a tua chegada tão próxima, a consciência de alguém que já pertence a um passado que descobre que afinal não era apenas carinho...
Sinto-me confusa, se por um lado a pessoa do passado assume-se no momento presente da minha vida como um vício que custa largar, se surge como alguém por quem nutro um carinho desmedido desde o primeiro dia, sem nunca sequer ter entendido o porquê... Aquele que me fez escrever linhas e linhas de amargura, tecendo considerações sobre o mau timming que o nosso conhecimento teve... Hoje, também ele se apercebe do que sente na realidade, sabe que não consegue dar mais, mas conseguiu definir o sentimento... E neste momento temos ambos o mesmo medo, embora em direcções opostas... Ele em relação a mim, eu em relação a quem chegará brevemente...
Como é complicado entender as relações... Não consigo largar o meu vício, mas não quero abrir mão de quem lá vem... E quem levará a melhor no final?

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Apaixonadamente....

Amar tudo apaixonadamente...talvez seja esse o segredo para se viver num mundo disforme e implodido...
Não ter medo de amar, sabendo ao mesmo tempo que a dor é uma das constantes da vida...

Choro

... A tua ausencia, a falta de um ombro sentido num dia como hoje...
Choro...
As forças por vezes faltam e sentimo-nos na beira de um abismo...
Equaciono os últimos anos de um marasmo desmedido de sonhos e fantasias...
Não destingo o sonho da realidade e quero o teu ombro, aquele que por dias não tenho, mas é hoje que preciso dele...
Na vida não somos nada... E tanta coisa fica por ser dita, por ser feita porque esperamos sempre pelo amanhã... Mas... Amanhã?! E se não houver amanhã? Seremos sempre motivados por uma amanhã que nunca poderá chegar...
E ficamo-nos presos ao fio de um sonho, partimos...
Eu choro... A próximidade do fim de alguém tão querido, faz perceber que tudo é nada...

terça-feira, dezembro 05, 2006

Dias de chuva...

Sente-se uma tensão no ar...a luz fere-me os olhos, e no entanto o céu cobre-se de nuvens cinzentas escuras....as árvores abanam os seus ramos violentamenta, ao mesmo tempo, a meu lado, um cão vadio aninha-se como pode numa valeta....está tudo tão triste...passo por umas paredes, nelas estão afixados promessas de paraísos....
Sofrimento....sentimento comum nesta enorme massa de gente....

quinta-feira, novembro 30, 2006

Um dia...

Parto em viagem para a outra margem...
No cais ouço o som metálico de grandes placas a entrechocarem-se...Chove e no entanto faz sol....
O navio balouça ao sabor das ondas, é uma sensação bastante agradável..nestes momentos não penso em nada, apenas me limito a sentir...Partímos...eu vou na coberta do navio, e por mim passa uma jovem senhora a velejar, ela acena-me e eu retribuo...ela é muito bonita...Nuvens cobrem o céu e ao fundo desce um raio de sol contido que ilumina o cais de chegada...quase parece propositado.... Sigo na direcção do raio de sol, quando passo por um navio que vem do outro lado dos oceanos, por momentos sinto como se estivesse no fim do mundo...Olho para a cidade e um arco-íris estende-se sobre ela, e sobre a sua grande ponte vermelha, ao mesmo tempo que se cobre de nuvens, brancas, cinzentas e negras....Por momentos tudo é místico, cheio de beleza e mistério....
O navio estremece na chegada ao cais....
A viagem de regresso é feita de noite, mais uma vez estou na coberta do navio...faz muito frio mas não me importo, a cidade vibra com pontinhos de luz frenéticos...e tudo ganha novas formas....luzes amarelas, azuis, vermelhas e brancas, formam os contornos desta nova cidade....o rio como uma grande manta negra aveludada e brilhante....
Num só dia..beleza contida para uma vida...e..é tudo tão avassalador...

Morte...

Todos nós deixamos de existir um dia,(tal como somos hoje).
A questão fundamental é:
O que faremos até lá.

quarta-feira, novembro 29, 2006

Tempo


O que é o tempo senão uma sucessão de minutos que passam e se amontoam... Horas que decorrem da soma de milésimos de segundo que passam a todo o vapor...
E o que fazemos nós com o tempo... limitamo-nos a vê-lo passar quando algo não corre tão bem como o esperado, contamo-lo na ansia que chegue algo que tanto esperamos, seja algo material ou simplesmente um gesto, olhar ou atitude...
Somos escravos do tempo, usamos relógios para sabermos gerir o dia, usamos calendários para nos conseguir situar no tempo...
Tempo... O de outrora, o de agora o do futuro.... Quando faz frio ou faz sol... Porquê tempo para designar as condições climatéricas?! Porque esperamos um dia de sol ou que simplesmente pare de chover ou de fazer frio?!
O tempo é demasiado abstracto... o que ontem foi não é o hoje que se viverá amanhã... Estranho.

Po de Estrelas...

Fui...
A partícula de luz...
O pedacinho azul de céu...
O pó da terra...
Sou...este Ser que sente...
Serei...
A árvore que cresce no jardim...
A flor que nasce num canteiro...
A gotícula de água no oceano...

segunda-feira, novembro 27, 2006

Não quero saber

Não quero saber de amar, não quero saber de vãs recordações de alguma coisa, não quero saber de nada...
Quero saber de viver onde não posso... Onde não me deixam e como não deixam... Quero saber de lutar sem armas... Quero apenas saber de um olhar que não tenho que não quer saber.

domingo, novembro 26, 2006

Amar??...

Pode a paixão ser egoísta???....Penso que sim...é muito mais do que isso, eu sei, mas desejar alguém será sempre para suprir as nossas próprias vontades, por mais nobres que elas sejam...
E o amor? Não conterá ele também uma forma de egoísmo?...Não, não sou contra o amor nem contra as relações em geral...Apenas me pergunto onde está a fronteira entre aquilo que desejamos para nós, e aquilo que desejamos para a pessoa que mais amamos...
Não faço juizos de valor, apenas me pergunto????

sexta-feira, novembro 24, 2006

Recordações

Recordo momentos da minha vida, movidos pela intensidade de viver... Momentos em que dei tudo de mim e nunca nada, ou quase nada tive em troca... Momentos de tão grande felicidade sentida por tão pouco que me era dado... Mas era feliz, cuidava exacerbadamente da pessoa amada, fundia-me nela esquecendo-me de mim, de como também eu precisava ser cuidada... Mas eu não precisava, alimentava-me daquele amor puro, sentido em toda a sua vertiginosidade...
Não... Eu não era feliz, acreditava ser pois dava tudo de mim, voltava a dar... Dava o que não podia, dava até à exaustão e pediam-me mais... O desgaste começava a tomar conta de mim, quase três anos de um dar sem nunca receber, sem haver um momento em que aquele ser se apercebesse que eu estava à beira do abismo...
Mil acusações penderam sobre mim, fazendo-me sentir um lixo, por estar a deixar um ser que se dizia dependente de mim... Não, aquilo já não era amor... Era doentio... Durou pouco mais, sentia-me claustrofóbica, sentia-me suja... Doente... Há muito que já não era eu e não queria me tornar numa qualquer resignada...
Foi dado o passo certo para a fuga daquele abismo que me chamava... A vida prosseguiu num inferno, num inferno que me infligiram...
Lá fora contínua a chover... Odeio o tempo assim... E os meus pensamentos remontam a recordações dolorosas, de coisas que vivi, aprendi e não queria ter conhecimento dessa vivência...

Quero amar ainda mais...

Amo...
Amo a chuva que me bate no rosto..
Amo o vento...
Amo o mar cinzento e revolto...
Amo as árvores despidas que abanam os seus frágeis ramos contra o vento forte, (e no entanto não se partem)...
Amo os regatos improvisados que se formam após as chuvas...
Amo as nuvens com todas as suas cores formas e feitios...
Amo os grandes edifícios brancos, (tão cheios de memórias e de tempos)...
Amo o gigante vermelho e metálico que passa por mim...
Amo a velocidade da vida, (apesar de ser dolorosa)...
Amo as pessoas, (apesar de serem como são)...
Amo tudo isto e muito mais...Porque tudo é fugaz e efémero....

Esperanças...002

Já não tenho esperança no mundo, nem nas pessoas em geral...Apenas um punhado de gente sabe reconhecer o que é a vida, (cada um á sua maneira)...Procuro me rodear dessas pessoas...ao mesmo tempo observo no rostos das outras pessoas uma paz podre, que se move lentamente, mas seguramente para um abismo...mais uma vez...nada que já não tenha acontecido antes....

Energias...

Chove na noite escura....nuvens de cor púrpura escuro cobrem o céu....O chão é negro e brilhante....Passo por uma casa branca com uma luz roxa no seu interior, e as árvores agitam os seus ramos contra um céu revolto.....
Abraço o tempo, a chuva que me bate na cara, o vento que me fustiga constantemente, nos meus ouvidos cantam uma senhora que por instantes atinge o pico da sua voz através de uma série de tons agudos.....
Já não tenho medo de nada, tudo é tão avassalador....

quarta-feira, novembro 22, 2006

Carrocel Mágico

Há dias em que se sente o peso do cansaço acumulado...
Aquele cansaço que durante tempos infindáveis nos persegue e o escondemos, reacalcamos no mais profundo de nós mesmos, para que apenas o que se consiga vislumbrar seja um sorriso...
Um belo dia o cansaço chega... São um mundo de coisas que o fazem despolotar... Situações que durante outro tanto tempo esperamos sem nunca terem chegado... Até que, num outro belo dia, vemo-nos confrontados com esse nosso desejo, só que ao invés de regozijar o momento, sentimo-nos simplesmente cair no vazio... Faz eco... Não é mais o que desejamos, nem queremos...
Por outro lado, temos uma outra situação, alguém que se mostra capaz de desistir de tudo para ficar ao nosso lado... de tudo... carreira promissora... tudo... tentamos por sentido na pessoa e ela ainda se revolta connosco, porque afinal apenas o quer fazer por ela, porque quer ser feliz com ela...
Medo... Muito medo... mais que muito e tanto...

Inquietude...

Olho-me para espelhos improvisados...Tenho o rosto cansado... na minha mente assaltam-me pensamentos de ordens diversas, como relâmpagos na noite, todos com grau de importância diferente....Apercebo-me que ninguém me conhece realmente...Há aqueles que reconhecem a pessoa que sou no trabalho, outros na faculdade, outros das noites de fim de semana, há também aqueles que me reconhecem desde pequenino....
Eu sou todas essas pessoas....mas não existe ninguém que me conheça como um todo....

segunda-feira, novembro 20, 2006

No mesmo sentido...

Estou de novo no comboio que me leva a lisboa...em mim jazem pensamentos de decisões que tenho de tomar...Sei que estou de novo numa encruzilhada, e o caminho que tomar irá influenciar a minha vida futura....
Lembro-me de estar aqui neste comboio à muitos anos atrás, a tomar outras decisões que me levaram a ter a vida que tenho, e a ser a pessoa que agora sou...
Tal como ontem...agora sinto-me inquieto e angústia...
Vidas num contínuo cruzamento....

domingo, novembro 19, 2006

...

Quero escrever, apenas não sei o como e nem o quê...
Sinto-me numa pausa mental que não me deixa progredir.
Quero encontrar a estabilidade que há muito anseio e não encontro...
Sim, sinto-me carente, preciso de afecto... Sinto-me a receber esse afecto, mas sinto que sinto necessidade de mais...
Sinto-me confusa, desorientada... Por um lado ainda a sofrer com mazelas do passado, de coração dorido por um amar sem ter sido amada... Por outro... Por no momento me sentir amada e ter receio desse mesmo amor...
Sinto-me perdida num mundo de "e se"... Quero viver mas tenho medo de o fazer...
Já sei tanto e nem metade queria saber...
Quero-te não te querendo... Já te tenho não tendo...
Sonho acordada ansiando a tua chegada... Um dia...

Silêncio


Estranho o teu silêncio... Nada sei de ti... Deixo-me jazer, caíndo em pensamentos...
Pensando nas mudanças bruscas que por sistema ocorrem na minha vidinha de doce inconveniente e desordem... Na minha vidinha de amarga nostalgia e semi felicidade...
Nada sei de ti, criatura estranha que já faz parte integrante de mim... O pensamento surge inquietante, sinto a tua falta, preciso de ti...

sexta-feira, novembro 17, 2006

Nem começou

E já enfrento confusão... Não percebo onde pode chegar a própria maldade... Ao ponto de se prejudicar um irmão e uma desconhecida... Porquê, o que ganha com isso?! A infelicidade de alguém do próprio sanfue, de um irmão?!?!
Não entendo e nem nada começou ainda... Definitivamente... A minha Vida é um filme...

quarta-feira, novembro 15, 2006

Tum Tum... Tum Tum

Bate o coração forte... acelerado... Respiro profundamente e sinto uma breve tontura... Sinto a necessidade de acender um cigarro mas sinto que não o devo fazer...
O meu pensamento não descansa tenho a razão e coração em concenso mas temo o mundo em que eles se encontram... Será na realidade, na ilusão, no sonho?!
Deixo-me levar e vou saboreando o momento mas vou querendo mais, um pouquinho mais... estou nas nuvens onde estás agora e ja sinto a tua falta... Não tarda estas de volta... Mas até quando?! E em mim, até quando estarás?

Mudanças

Estive a um passo de dizer que sim... Aceitar o teu convite, munir-me de armas e bagagens e partir, deixar tudo para trás e partir em busca de algo que por momentos me parece ser a felicidade... Mas sou sucumbida por um ataque de pânico, por um rasgo de realidade que se interpôs ao teu convite...
Sei que não me abandonarias, sinto isso... Mas apenas sinto por mais mostras de afecto que já me tenhas dado, por mais mostras puras de sentimento que tenhas feito... O meu coração glaciar vai derretendo... Não sei se quero... Tenho medo, já tantas vezes magoada por menos... Temo agora a tua oferta de amor incondicional e sem fronteiras...
Quanto mais o tempo passa, mais penso em ti e mais te sinto junto a mim... Tenho medo.

Persistencia???....

Estou tão cansado...Erro, falho, engano-me...
Não quero continuar a enganar-me a mim próprio....
Estou a ficar perto de um fim, e no começo de um outro algo, que ainda não sei....
Só sei que não posso continuar assim.....

terça-feira, novembro 14, 2006

Sonho

O dia do encontro e sinto-me vibrar em sensações que julgava desaparecidas... Fazes-me sentir rainha num mundo de ilusões, num mundo de sensações... Fazes sentir que és o que sempre esperei, embora sabendo que jamais poderias existir... És o que sonhei e que do sonho parece se ter materializado...
Assustas-me e receio-te... afasto-te na tentativa de não criar ilusões mas já vives em mim a cada segundo que passa...
Suspiro...

Há doenças piores que as doenças

Há doenças piores que as doenças,
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias sonhadas mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só com imaginá-las
Que são mais nossas do que a própria vida.
Há tanta cousa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.

Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.

Danças...

Pássaros a voar em bando...
Como se dançassem ao som da minha música...
Por breves segundos tudo é perfeito...

Antiguidade

Uma senhora pequena de cabelos brancos encimados por um carrapito, as costas, arquedas voltando-se para o chão... o rosto, sulcado por rugas profundas....Veste um casaco castanho e das suas mangas saem longos dedos que por sua vez agarram uma pequenina mala preta...
Toda a sua pessoa é marcada pelo tempo....

Vidas Sentidas

Viver é extrair o sentido das coisas...

sexta-feira, novembro 10, 2006

Noticias....

Jornal da noite da SIC...uma familia com rendimento mensal de 2600euros. Com 3 filhos para sustentar, casa, carro, e despesas correntes...consegue chegar ao final do mês e poupar dinheiro.....
Uma família com bom-senso já é caso para uma notícia....

Palavras escritas na Pedra 05...

A terra é azul
Como uma laranja...


(Sem autor)

Palavras escritas na Pedra 04...

A tua musa atravessa as minhas paredes
tudo é viagem.

(sem autor)

Momentos...003

Nuvens....Redondas e fofas...
Como algodão doce.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Limite...

Observo nas pessoas uma resignação que aos poucos dá lugar ao desespero...nada se entente, nada se percebe,....
Falta de estrutura, falta de disciplina, falta da liderança, falta de cultura, falta educação, falta de bom-senso, falta de esperança em tudo...
Divórcios...
Greves...
Manifestações...
Vive-se para o dia a dia, gasta-se o que se tem, e o que não se tem....desespera-se até ao final do mês...
Portugal...um país em implosão latente....

O Gigante cinzento

O grande navio cinzento ancorado à entrada da barra do porto de Lisboa, contém provavelmente armamento para destruir meio mundo.....
Estamos todos perto de um possível fim...
É só uma questão de tempo...

Dias sem Fim...

Só mais um dia....digo para mim a caminho do trabalho, sinto-me cada vez mais cansado, este trabalho é extenuante tanto a nivel físico, como pricipalmente a nível psicológico...
Partilho os meus dias com uma colega de trabalho, também ela cansada e extenuada....nas nossas conversas partilhamos as nossas angústias, medos e infelicidades...Temos um ponto em comum, sentimos que nas nossas vidas temos apenas uma única oportunidade para provar aquilo que somos....e não queremos perder esse momento...
A pressão instala-se nos nossos corpos e nas nossas mentes...

quarta-feira, novembro 08, 2006

Espelhos translucidos

Meia cara reflectida num espelho improvisado....
Um jovem rosto redondo de cabelos morenos encaracolados....
Uma aparição de um anjo....Uma Mulher....

Angustias...002

De novo à escrita....Angustias terriveis as minhas, passo dias fechado num gabinete, sofrendo por não ter experiencia a fazer as coisas...
Sinto-me muito sozinho nestas alturas. Apenas por breves momentos, (quando falo com os amigos, ou com os colegas de trabalho), é que me sinto mais equilibrado...
Vivo na angustia de saber que no fundo só posso contar comigo, claro que tenho muitos e bons amigos, mas o buraco que existe no meu coração ( e já vem de há muito tempo), suga todo o meu bem-estar...
Sinto-me só....e doi-me tanto.....

terça-feira, novembro 07, 2006

Sentir falta ou saudade?!

Passo o dia de aperto no peito... Sei quem não vou encontrar e falo com quem não esperava.
Com quem não esperava tive uma conversa franca e aberta, apontei o dedo e abri uma pequena ferida que começava a doer... Senti o coração apertar, sentindo a necessidade de o abraçar, mas como quem abraça um amigo após uma conversa franca, a quem se diz algumas verdades e apercebemo-nos do peso dessas palavras, abraçando com compaixão...
Quem eu sabia não encontrar... Desse ser senti saudade... Melhor senti falta das suas palavras e da sua companhia...
Não me percebo... Não me consigo entender...

segunda-feira, novembro 06, 2006

Ecoar

Sinto o ecoar de um novo despertar... Limito-me a saborear um desenrolar de algo que começa agora a criar contornos... Mas mais uma vez me travo e não quero deixar a minha mente viajar... Mas sabe bem... É o reconhecimento nunca tido, em palavras doces de trovador... Um cantar à lua com o mar como ouvinte... É estranho, mas uma estranheza demasiado saborosa.

quinta-feira, novembro 02, 2006

Vida

Vida... Fria, chuvosa e cinzenta.
Vida sentida num turbilhão infernal de tudo e de nada.
Vida que em vez de vivida...sobrevivida.
Basta...

Velocidades

Corre.
Corre para todo o lado...Corre depressa...Ninguém espera por ti..
Sê.
Sê o melhor; o mais rápido; o mais eficaz; o mais competente...
Sê o mais carinhoso; o mais bondoso;o mais amoroso...
Sê ....Corre....Vive...
Desespera mas vive....
Vive à velocidade de bits e byts...estarás sempre atrasado para tudo....CHEGA, para, mas não por muito tempo...
Dança; canta; salta; pula; vive até te acabares...Ninguém sabe o amanhã...
A música compassada ritmada...corpos ondulantes; corpos suados...Sexo....animais bestiais estes e estas....
O corpo não aguenta. Toma-se um; dois; três cafés, bebidas revitalizantes, pastilhas,- vence o cançaso vence - ...por mais um dia...só mais um dia....
Os sinos das igrejas batem a um tempo que já não é o nosso...
A vida tal como escrevo...Inacabada, fragmentada....

terça-feira, outubro 31, 2006

Nevoeiro...

O nevoerio cobre todos os lugares como um véu diáfano, tornado tudo igual....Tudo estranhamente silencioso....reina a resignação num bando de pessoas monocromáticas, que percorre as ruas a caminho dos empregos...Apenas uma criança brinca com os sons produzidos pela própria voz...o único ser colorido nesta enorme massa cinzenta...

segunda-feira, outubro 30, 2006

Confuso?!

O que não faz sentido, que continue assim, porque afinal, o que não para se entender que não se entenda...

Palavras escritas na Pedra 03...

Não me peças, nem baladas
Nem expressões nem a alma...Abre-me o seio
Deixa cair as pálpebras pesadas.
E entre os seios me apertes sem receio

Na tua boca seba minha a meio,
nossas linguas se busquem desvairadas
e que os teus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas á(...)a e delgadas.

E em duas bocas uma língua...unidos
Nos trocaremos beijos e gemidos
Sentindo nosso sangue misturar-se

Depois...
Abre teus olhos minha amada
Enterra-os bem nos meus não digas nada
Deixa a vida exprimir-se sem disfarce

José Régio

Palavras escritas na Pedra 02...

No teu poema existe um verso em branco.
E sem medida
Um corpo que respira
Um céu aberto
Janela debruçada para a vida.

Ary dos Santos

domingo, outubro 29, 2006

Exageros, frustrações...

Sinto-me torpe por um mundo de coisas... sono, angustias, alcool, noites em claro... Caio nos exageros da noite, esquecendo-me das responsabilidades do dia... Descarrego frustrações e sinto-me bem, mas no amanhecer estou debilitada pelos exageros cometidos e o corpo ressente-se, ate quando resistirei ao ritmo que a minha vida parece querer levar?!...

sábado, outubro 28, 2006

Felicidade???

A busca da felicidade pode ser uma angústia....não a procuro, apenas sorvo em tragos largos os momentos que a vida me apresenta....Sinto uma paz de espírito por isso...

sexta-feira, outubro 27, 2006

Vagueio...

... despreocupadamente, escondendo o olhar atras de uns óculos de sol. Observo atentamente as pessoas que também passeiam, deixando transparecer no rosto as suas procupações, umas fitando as pedras da calçada em passos apressados, outras simplesmente contemplando a beleza ribeirinha de um Tejo sujo, mas que ainda assim parece não se importar com aquilo que lhe fazem... Um Tejo poluído pela mão do homem, revolto no seu interior, mas calmo quando se olha...
Enquanto caminho, apercebo-me que o faço a sorrir e que tal como eu observo, outras pessoas me observam e retribuem com um sorriso... Sinto-me bem, não porque me olham, mas porque sinto uma certa paz interior há muito não sentida e apercebo-me dela quando me sorriem de volta, sem sequer me verem os olhos, quem sabe pesados contrastanto com a paz que sinto.
Sinto-me leve, pensando no que assombra, nada faz sentido mas sei que tem uma razão de ser, fito por momentos as pedras da calçada... Quantos por alí já não passaram... E a certeza do dia de amanhã ganha novos contornos apesar de desconhecer o desfecho... É quando me apercebo que a vida me faz viver no risco, como sempre o fiz, como sempre o fez e eu tanto amo...
O que hoje doi, amanhã já passou... Se não passar, então que continue a doer até sarar, porque enquanto doer, estarei viva e amarei do mesmo modo cada dia, cada ser e cada amor...

Palavras escritas na Pedra 01...

O macio Tejo ancestral e mudo
Pequena verdade onde o céu se reflete.

Álvaro de Campos

Jogo de Espelhos...

Ela olha para o espelho que olha para mim.....Eu olho para outro espelho que olha para ela. Desejámo-nos num momento fugaz.....São tudo Ilusões; vontades; desejos.......Divirto-me com os meus próprios pensamentos...

quinta-feira, outubro 26, 2006

Considerações

Nunca ninguém foi feliz sem ter sofrido... e se o foi... muitos parabéns, é a excepção que confirma a regra.

Sinto a razão falar mais alto... e instala-se um vazio já tão familiar.
Não me apetece sorrir, nem forças tenho para chorar, sinto-me apenas vaguear entre pensamentos de bons momentos e de grandes tormentas... E sinto apenas um vazio conduzido por uma exaustão... Não sinto nada... Apenas um vazio....
Ouço o coração ao longe, amordaçado pela razão... Apenas olho sem reacção... Não o quero ouvir...

Amanhecer...

Chove...A caminho do trabalho penso no que tenho para fazer, vou devagar... passa por mim um senhora a correr com uma criança ao colo, está a sorrir, ainda há quem saiba sorrir para a vida...uma senhora no comboio observa-me enquanto escrevo, pergunta-se que tipo de personagem serei eu...olho para a senhora que toma café enquanto lê uma msn, olho para a menina de cabelos encaracolados e com os aros dos óculos vermelhos - como contrasta com o cinza escuro deste dia
........no meio destes pensamentos, assalta-se um outro, mais intenso.....Tenho saudades das pessoas que gosto....

quarta-feira, outubro 25, 2006

Novo Renascer

Sinto renascer um novo sentido de esperança, não sei de onde vem, talvez do elemento surpresa da vida que nos alimenta docemente sem nada fazer.
Por vezes somos confrontados com situações que não esperamos, novas pessoas cruzam nossos caminhos não pedindo nada em troca, apenas esperam ser ouvidos e uma conversa surge, sem mais nada, despida de falsas pretenções ou intenções.
É bom sentirmo-nos ouvidos, é bom sermos confrontados com nós mesmos, principalmente quando se trata de um desconhecido... Refugiamos o nosso sentir porque nos sentimos ameaçados, mas no final sorrimos porque fomos descobertos. Mas gostamos de o ser, o nosso interior também sorri... A novidade é sempre um mistério a descobrir...
E sabe bem quebrar a rotina. Afasta-nos do cerne das nossas preocupações... Mas ao mesmo tempo, deixa-nos com mais certezas... Sei cada vez mais o que quero e sei que é possível, não sei como... Mas sei...
Suspiro...

Escuto



Escuto atentamente aquilo que me grita o coração... Paciência e sensatez... Grita espera, pois o tempo cósmico não é igual ao tempo real.
Obedeço e escuto o quanto ele tem para me dizer... E diz tanto sem nunca me ter apercebido, luta desesperadamente contra uma consciência mundana, conspurcada por uma sociedade que não para nem deixa pensar.
Aprendo a esperar, aprendo a ouvir...
Escuto com o coração e tudo fica mais nítido.

Esperanças...

Gosto que as pessoas tenham esperanças...agarra-as a algo que pode ser atingível....Eu não quero mais ter esperanças, já vi o que elas me podem fazer...Agarra-nos a algo que não temos, a uma possível felicidade..... E faz-nos perder tempo....E eu já perdi muito tempo...

terça-feira, outubro 24, 2006

Crises

Bate o coração arrebatadoramente, sinto todos os sentidos ficarem em alerta, não sei que se passa e uma necessidade crescente de respirar se acentua... Sinto uma picada no coração e uma ligeira dermencia no braço esquerdo... Uma pontada no pulmão... Tento controlar a respiração... Todo o meu corpo começa a reagir ás minhas ordens... o coração bate tranquilo novamente... O braço voltou ao normal e a pontada desapareceu...
Foi apenas mais uma crise, o ecoar do turbilhão que se instalou em mim...
O tempo deprime-me, a minha alma chora por algo que nem eu sei o que é... Busco algo sem saber o quê... Talvez a inatingivel felicidade... Pelo menos para mim...
Talvez um dia a tempestade termine, no culminar de um Mundo pleno de luz, de Sol... Não peço muito... Só a luz do sol para iluminar o meu Mundo...
O meu Mundo de doce olhar, ainda guiado pelas Estrelas... Sabendo eu que esse Sol que lhe falta... Sou eu... Eu... Vida.

domingo, outubro 22, 2006

Historia de uma Vida...

Os olhares cruzam-se...eles olham-se, cumprimentam-se, não sei quem dirige a primeira palavra, ele fala com ela, ela fala com ele, mas continua a avançar por entre as pessoas na pista de dança....Ela está tão cansada, tão cansada de tanta coisa, vê-se pelo olhar...observo-a e observo-o a ele..Ela pensa nele, ele não sei no que pensa, passa por nós indiferente...Este jogo continua toda a noite...até que ele passa por ela murmura-lhe umas palavras ao ouvido e vai-se embora, ela fica com a mesma expressão no rosto, cansaço, desilusão, tristeza...Ela vinha a procura de tanto, e leva tão pouco...Nesse momento gostaria de a ter abraçado, um abraço forte e sentido de amizade...não o fiz, gostaria de lhe dizer que tudo vai correr bem, mas eu não sei....

Reverso da medalha

Era só colo num abraço... só e apenas... Agora... Somente a carencia dessa ausencia...

sábado, outubro 21, 2006

No fio do horizonte...

Caminho por entre as casas habitadas de gente que ainda dorme...Ao longe o Mar imenso, e todo um céu azul cinza muito escuro....Em todo o horizonte percorre uma linha brilhante prateada....Há lá tanta beleza neste mundo...

Colinho



Ontem senti-te a precisar de um colo... E à tua maneira eu sei que o pediste, refugiando-te de todos, afastando-te dos que te rodeiam como se chamasses a minha atenção. Como resisti ao impulso de ir ao teu encontro para te afagar a cabeça enquanto te encostava contra mim, enquanto te beijaria a testa delicadamente... Resisti e apenas eu sei, como o meu coração ficou apertado por não o ter feito... Mas não fiz, até que saíste da tua hibernação momentanea por não teres colhido frutos e vens ter comigo, onde como sempre procuras o contacto fisico social brincando comigo e com os demais presentes... Tinhas o olhar pesado, não só pelo cansaço, mas também pelo desalento... Queria muito ter-te abraçado, mas quando te foste, as nossas mãos se entrelaçaram, numa das maiores mostras de ternura...
Sei que não te dei colo por orgulho, mas limito-me a jogar o teu jogo, embora agora, quem dite as regras sou eu...
Mas estarei sempre contigo.

sexta-feira, outubro 20, 2006

Ping... Ping... Ping....



Ouço a chuva cair... Ajeito a minha cabeça na almofada, aninho-me por entre os lençois... Sabe-me bem o conforto de uma cama quente num dia como este, desejava que podesse ser sempre assim, o ouvir cair da chuva despreocupadamente, pensar em toda a movimentação que existe na rua, pessoas que trabalham, que correm tentando se proteger daquelas gotas que tantas vezes considero milagrosas...
Aninho-me mais um pouco aconchegando o rosto com o lençol, não sinto frio, apenas retiro um prazer enorme por fazê-lo... Penso numa imensidão de coisas, principalmente nas tarefas que agendei para hoje e se será possível adiá-las para me lambusar deste momento... Mas tenho de me levantar o tempo urge... concedo-me a dez minutos de ronha... E lembro-me de um livro de Paulo Coelho intitulado 11 minutos... 11 minutos... O tempo médio de uma relação carnal...
Levanto-me... E a chuva continua a cair, como me querendo lavar a alma....

Lugares Perdidos

Era um vez lugar mágico, até lá chegar viam-se campos cultivados, linhas paralelas de verde e amarelo...a marcar a entrada, uma enorme nogueira, daí seguiam três carreiros.. O primeiro descia abruptamente até chegar a um local onde as árvores e o chão se cobriam totalmente de trepadeiras verdes....O segundo seguia todo o bosque levando-me a uma outra povoação...O terceiro, mais perto da entrada seguia até a um imenso canavial, onde se percebia por entre a vegetação ruínas de uma antiga fonte.....Lembrei-me em criança de gritar em plenos pulmões, lá dentro do bosque, quando ouvi umas máquinas ao longe a fazerem barulho, para pararem...foi à muito tempo atrás.......Ontem passei por lá, a estrada que me leváva ãté ao bosque ainda existe....Segui-a derrepente observo uma auto-estrada até perder de vista, já não existe entrada para o bosque, nem bosque algum. Agora ele vive apenas nas minhas palavras..... Um dia ninguém vai saber que ele existiu....Um dia ninguém vai saber que eu existi....

Poesia

É preciso viver para sentir a poesia dos outros...Sem isso as palavras não fazem sentido...

Bom dia...

As pessoas acotovelam-se na paragem do autocarro, ao mesmo tempo que os seus chapéus eram vergastados violentamente pela chuva tocada a vento....é preciso tão pouco para nos sentirmos pequeninos....

Memorias...

Percorremos toda uma vida pontuada por altos e baixos, e por momentos que nos definem enquanto pessoas....Existiram já outros Eu's no passado, dos quais agora tenho uma vaga lembrança.... Os lugares onde tantos momentos meus se passaram, também mudaram, o antigo vale verde para onde a janela do meu quarto se debruçava, tornou-se num comum espaço sub-urbano, o lugar onde passava as minhas férias na infância, está neste momento a sofrer profundas alterações, estradas, casas, vias rápidas....tantas memórias que eu lá tinha....O tempo é uma força avassaladora, transforma-nos e transforma os lugares...Neste processo algo se perde...esse algo são as pessoas já fomos..Sinto uma angustia por este facto, reconhecendo isso, desenho e escrevo febrilmente...Tento captar todos os momentos possiveis da minha vida, não quero esquecer a pessoa que hoje sou, porque sei que amanhã serei outro......

quinta-feira, outubro 19, 2006

Doce Recordar


Sinto ainda o calor do teu beijo e abraço apertado... Calor esse que hoje me conforta e me alimenta, não preciso de mais, pelo menos por hoje, pois sei que amanhã estarei contigo, com ou sem beijos, mas estarei no teu olhar e no teu abraço...
Respiro e sinto ainda o teu perfume, aquele que sinto ao deitar e me faz relembrar o teu dormir de menino...

Viagens...

Chego ao cais mas o comboio já partiu.....dentro levava a minha felicidade.
Pouco importa há-de chegar outro...e ninguém sabe o que vem na volta do comboio....

Desejos...

Querer-te toda só para mim, fará perder o pouco que tenho de ti....

quarta-feira, outubro 18, 2006

A poesia que nos toca...

O que pertence ao corpo é como um rio
o que pertence à alma é como um sonho e um vapor:
a vida uma guerra e uma viagem por um país estrangeiro.

Marcus Aurelius

Desfragmentado.....

olhamos a vida de frente....da-mos tudo de nós, quando assim é, não nos mantemos iguais.....olhamo-nos nos espelhos e deixamos de nos reconhecer....somos já outras pessoas.... Por vezes esta mudança acontece de forma repentina, é mais dolorosa, mas mais eficaz, quando todos os pilares do nosso ser desabam ao mesmo tempo.......Assim, peguei no meu Ser estilhaçado e reconstrui-o fragmento a fragmento, colado com pedaços de poesia.

Vidas Sentidas

Gosto de observá-las com olhares laxivos de quem se mostra interessado, na expressão do rosto não procuro nem amizade nem amor....Sexo apenas.

Pensamentos...

Os pensamentos ecoam na minha mente, são 13.40 da tarde sentado num restaurante ao almoço.....Tento-me abstrair de tudo, atrás de mim duas senhoras lindíssimas e completamente fúteis, (acho eu), continuam à conversa.....Desabafo para um livrinho que trago comigo. Desenho e escrevo, procuro que as palavras façam sentido, procuro que os desenhos captem o momento,.... nunca consigo....também não tenho ilusões, não procuro ser poeta nem pintor, sei também que não existe beleza naquilo que faço. O que faço é para mim......já não me importo com o que as pessoas pensam....Nunca me devia ter importado muito......

Mentiras...

As piores mentiras são aquelas que dizemos a nós próprios. Podemos passar toda uma vida a mentir, é mais fácil não sentir, é mais fácil achar que o sentimento é um quase nada, achar que é apenas uma ilusão, é mais fácil assim. Se quisermos felicidade podemos sempre encontrá-la em qualquer hipermercado perto de si, vende-se nas lojas de marca, nas esquinas das ruas - Momentos ...."Viva o momento, Vodafone".......Até que um dia somos confrontados com a verdade do nosso próprio Ser, que de tanto mentir, já nos tinhamos esquecido de como é realmente sentir........Às vezes pode ser tarde demais.

...Gosto...


Sim, gosto de ti…
Gosto de ti quando me perco no teu olhar, quando me sinto mergulhar nesse teu doce e aveludado olhar e me sinto mergulhar até aos recônditos da tua alma…
Gosto de ti mesmo quando não me vês e recordo o teu cheiro, quando relembro cada gesto teu e aquela tua expressão que tanto adoro…
Gosto de ti quando ficas sem jeito e baixas o olhar, quando me temes e quando te deixas envolver…
Gosto de te sentir criança e te ver vibrar com o que te faz feliz, gosto de te ver sorrir… Sinto-me feliz, quando estás feliz, quero abraçar-te e dizer-te que tudo ficará bem quando sofres… Choro contigo e não me vês…

Angústia.......

Dia de chuva com poças de água a acumularem-se nos passeios e nas estradas, são 9.00 horas, observo um mar de prata.......depois, o autocarro que nos leva ao trabalho está de novo atrasado, ao mesmo tempo, pessoas desesperam em filas intermináveis de automóveis nas terras de ninguém............ ouço um homem vender pilhas - " 1 euro 16 pilhas aucalinas, validade 2009".........Assim começa o meu dia, mergulhado no cinza escuro do céu.......

terça-feira, outubro 17, 2006

Loucura de um Medo

Há loucuras que se confessam em momentos de lucidez... Confessam-se como verdades absolutas de um amanhã que se desconhece mas que tantas vezes nos parece tão certo.
O hoje conhecemos muito bem, é aquele que vivemos em consequencia de um ontem que deixou marcas.
E que marcas essas... Daquelas que nem o hoje nos deixam viver na sua plenitude, agarrados a um medo que persiste, agarrados a um medo que por vezes não nos larga que nos aviva a memória e nos afasta daquilo que realmente hoje queremos...
Pergunto... será o medo o suficientemente poderoso para travar um sentimento?! Será o medo uma permissa tão forte que invieza a razão?
Eu tenho medo... confesso o meu medo, mas sinto-me louca para arriscar, viver no gume da esperança e alicerçar o meu desejo tão sentido, no risco... Mas ainda tenho medo...
Tento vencer o medo de ontem, para conseguir viver hoje o dia de amanhã.

segunda-feira, outubro 16, 2006

Instantes.........

A chuva cai copiosamente, sentimos no ar um cheiro puro e cristalino........ observo á velocidade que me é possivel: navios estacionados no cais; luzes de automóveis; cores brilhantes, vermelho;verde;laranja, amarelo, todas envoltas no tom cinza escuro do céu, refletindo-se nas poças de águas, nos vidros dos automóveis nas pedras da calçada..... penso por instantes, no que passará na cabeça da senhora vestida de verde alface que passa por mim .......... o rio..... ....ao longe as luzes d uma outra cidade, outras vidas outros momentos.........eu já estou a pensar no dia de amanhã.

Felicidade Sofredora



Ser feliz… todos almejamos, um dia, atingir o patamar máximo da felicidade.
Mas de que se trata afinal a felicidade, a utopia dos novos tempos?!
A praga das sociedades modernas… trabalhar, trabalhar, trabalhar, trânsito e horas afins que passam sem noção em que se esquece de tudo o que realmente nos faz sentir vivos, para quê?! Ganhar dinheiro para comprar aquele carro, aquela casa… Constituir família para viver de aparências e sentir-se feliz?!
Mas o que é a felicidade, uma idealização de algo melhor, algo que justifique de facto a carência de nós mesmos, que temos por viver em função da dita felicidade…
Há quem seja feliz… Não tem empréstimos bancários a cargo, tem o carro topo de gama e aquela casa, virada para o mar e com piscina… Quando não se sente feliz, não se importa, nada que uma tarde de compras por New York ou qualquer outra cidade cosmopolita não recompense, até quando quer amar compra a felicidade…
Por outro lado, temos aqueles que se sentem felizes com o pouco que têm, vivem de um salário mínimo e andam de transportes públicos, mas são felizes, sorriem e dizem bom dia a quem com eles se cruza e tamanha cruz carregam…
Qual o segredo da felicidade… Será o amor?! Ou simplesmente o gosto pela vida?!
A felicidade só surge por comparação… de outro modo como poderíamos definir esse sentimento, para se ser feliz precisa-se sofrer e entra-se num ciclo vicioso, porque a cada objectivo alcançado vamos querendo mais e a ambição penetra subtilmente… Agora que consegui quero mais, só um pouquinho mas quero…
Estávamos a ser felizes e não vimos… tornamo-nos insatisfeitos… Até ao dia em que encontramos alguém que nos faz parar de respirar por uns segundos… as pernas tremem e o olhar brilha… o coração dispara e deixamos de ter coordenação motora suficiente para que passemos despercebidos a essa mesma pessoa… Nasce o amor, são felizes mas querem mais, a casa, o carro, filhos…
Eram felizes. O mundo acaba, ele desistiu desse sonho… encontrou um outro alguém e desfez uma felicidade como nunca sentida…
Mas afinal… o que é a felicidade senão um momento…O MOMENTO que tanto desejamos e tanto tememos…
E passeiam de mãos dadas… Felicidade e sofrimento… alternando entre elas a sua actuação no palco da vida.